Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...
Arthur Rimbaud
E, de repente, sinto-me sólido... Vivo...
Eu vôo então.
Quando me procurar tudo o que vai achar é um eu diferente, um eu errado, um eu em vão.
Descubro-me, senão,
Tudo o que vivo é abstrato.
Quantas palmas mais cavarei pra me achar irresponsável?
Não sei.
Só sei que, de tudo, só recordo de enrosco e desgosto.
Assim eu quereria meu último poema.Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos siucidas que se matam sem explicação. Manuel Bandeira - "O último poema"
You wanna hear about the deal I'm making?
You and me be running up that hill.
"Assim, nada de velhice, nem perigos: O terror não é francês."
Rimbaud
Primeiro post de 2010. Apenas desejo-lhes, atrasado, que este seja um bom ano.
Nada mais a acrescentar.