domingo, 25 de janeiro de 2015

Her smell in my bed
fits my mind perfectly

But between two loves
I'm now allowed
To wish to be safe

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Dedicado a todas as guerreiras, lindas, mulheres, que me apoiam na quebra das minhas correntes.

 "Eu ia morrer cedo, tivesse falado ou não. Meus silêncios não tinham me protegido. Tampouco protegerá a vocês. Mas cada palavra que tinha dito, cada tentativa que tinha feito de falar as verdades que ainda persigo, me aproximou de outras mulheres, e juntas examinamos as palavras adequadas para o mundo em que acreditamos, nos sobrepondo a nossas diferenças. E foi a preocupação e o cuidado de todas essas mulheres que me deu forças e me permitiu analisar a essência de minha vida. As mulheres que me ajudaram durante essa etapa foram Negras e brancas, velhas e jovens, lésbicas, bissexuais e heterossexuais, mas todas compartilhamos a luta da tirania do silêncio. Todas elas me deram a força e a companhia sem as quais não teria sobrevivido intacta. Nessas semanas de medo agudo –na guerra todas lutamos, sutilmente ou não, conscientemente ou não, contra as forças da morte- compreendi que eu não era só uma vítima, mas também uma guerreira."


LORDE, Audre.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Bullshit number 2014

My goddess gave me two options: I should give time and space a chance, or my world would disintegrate. I’m still thinking about this. What’s the point about send my world to hell? I really shouldn’t give a fuck. I’ll tell you about my world:

Time and space run fast in the grown up’s life. I’ve been smoking a lot on the last few days… tiny and unproductive days… Just laid on my terrible bed, that hurts my back, and smoked. Just watching time flowing and creating words in my head.

How can I give time and space a chance? They never gave-me one… once... 

And in my mind it’s playing, repeatedly, what I want to say… and all of my song sounds like this:

FIRST ACT

I’m sitting on my bed, with my computer, just writing a new lyric. The words are repeating what I want to say. I look to the screen and I read that.

“WHAT I WANT TO SAY

What I want to say… What… I want to say that… I’ll never say what I want to say. You can’t understand a bit of what I want to say. What I want to say is… what I want to say what what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say what I want to say IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII WAAAAAAAAAAAAAANNNNNNNNNNNNNTTTTT TOOOOOOOOOOO SAAAAAAAAAAAAAYYYYYYYYYYY.

Words are just the same. I’ll just let my world burn with a slow motion bomb.”


And after this there’s no second act.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Opus 52

Eu tenho esse desejo...
Esse desejo que nunca morre...
Um fetiche, uma espécie de fetiche que me persegue a cada cair de noite, a cada gota de chuva, a cada impulso... cada ar que pressiona os meus pulmões, fazendo contrair o tórax que eu tão ansiosamente espero encher... o vazio do peito... o vazio que persegue.

A ânsia de ser fato... de ser certeza e verdade, por mim e pra mim. A ânsia eternamente dependente da vontade do outro... ou do Outro.
A falha que me arde e doma, que sempre resulta em arte de desabafo e desespero.

Queria ser delicadamente pressionada por notas agudas, estridentes e sinceras... pelas pontas dos dedos de quem eu escolhi pra ser maestro da minha vida... em um solo de piano melancólico e sincero.
Tenho o desejo de ser suficiente, de sentir queimar ao vivo a mata da alma, de sentir jorrar o gozo íntimo que é ser eu e o sujeito que eu escolho pra mim. De ser dois. De olhar nos olhos e sentir esse frio jorrar todo pra fora na foda mais doente que existe que é sentir-se amado...

Ainda me reprimo e cuspo na cara da minha própria essência. Não consigo me deixar em parênteses e nem a falta... e nem quero substituí-la. Quero sentir-me ser única de novo, de voltar ao útero e ser alimentada involuntariamente através de um conforto materno, que te desenvolve independente de trocas.
Quero ser aceita no na melodia do silêncio que me parte em trezentas ao presenciar exatamente esse conforto naquele olhar felino, predatório, que me prende e te come viva.
Quero ser livre e mulher, o que eu sou de mulher, sem ser reflexo de uma figura preestabelecida, mas sim de ser a minha própria sensibilidade, o meu próprio apego, a minha própria passividade... de ser enxergada como sujeito único e protetor da minha própria existência.

Quero que você me olhe e me diga, sem uma palavra, que ser sujeito é ser o que eu sou, o que eu quiser ser, e não me preocupar se ainda faço parte do que alguém espera que eu seja... quero que você me convide pra isso e que minha própria fraqueza me cure.


Quero ser uma balada de Chopin, tocada com carinho à luz do luar, apesar de sozinha. E quero que, ao final, eu seja eternamente aplaudida e que seja reconhecida como única e imortal através dos tempos atuais, que são suicidas e destrutivos... mas que seja uma destruição que, quando eu olhar pra trás depois da morte, seja exatamente o que eu quero: aquele sexo de olhar fixo nos olhos e que te faz palpitar o coração, que me faz sentir parte do universo... e, assim, compreende-se tudo, mesmo que eu não tenha dito nada.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Não sustento sentir-me  vulnerável
Não suporto ir ao médico:
O meu corpo se cura sozinho, inconstantemente, a partir das crises, dos sufocos e do sofrimento.

Minha linguagem é esdrúxula e não se martiriza na razão.
Minha vida é atear fogo ao meu próprio corpo em uma performance mentirosa e medrosa.

Eu não sou eu, não sou.
Um artista não deve mentir para si mesmo.

Um artista não deve
Um artista não deve se apaixonar
Um artista não deve se apaixonar por outro artista

Um artista não deve se apaixonar por outro artista
Um artista não deve se apaixonar por outro artista
Um artista não deve se apaixonar por outro artista
Um artista não deve se apaixonar por outro artista
Um artista não deve se apaixonar por outro artista

Sei que necessito do sofrimento como uma mentira vital, mas não me apaixonei pelo artista: Sou apenas eternamente devota a sua obra.



A, m.

Bruna Léo
06/11/13, 11:21.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

God, help the beast in me.

Parti suplicando o ar da perda naquela tarde de segunda feira. Tudo parecia incerto e inexpressivo. Sei que de todas as coisas jamais esperava tratar, até que com certo ar jocoso, tudo o que me aconteceu naquele período insólito.
Andar na corda bamba agora me parece seguro. Brinco sobre ela, ando fazendo piruetas.

Antes da partida, deveria agradecer por tudo o que me aconteceu. Obrigada, Deus, por ter me feito sofrer. Obrigada por ter me endurecido, ou melhor, amadurecido. Ganhei 9000 anos nessa brincadeira. Mas, agradeço acima de tudo o fato de você aparecer através do usual semblante turvo, sujo e tosco, me deixando certa de que a perda, de fato, foi perda de nada, porque assim nasci, do nada, e assim vou morrer. O resto é passagem.


28/10/2013

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sempre tive o dom de imaginar coisas inimagináveis.
Espelho pra mim é televisão, caixa de papelão é ventilador, ferro de passar roupa é cadeira, revista é sapateira. Baco é o deus da preguiça e angústia é êxtase.
Crio a partir do irreconhecível, desenvolvo a partir do que não evolui. O fato de me apaixonar por qualquer puta insossa confirma a hipótese.
Eros é invisível. Contemplo o feio e insulto o belo.
Rasga-verbo é carta de amor, loucura e desconforto é o sinal verde pra paixão.
O que aparentemente encaixa não dá liga, e o que deveria confirmar acaba por desfocar.
Coração vira arco-e-flecha, fantasia é realidade.
Horrorizo a sanidade, a racionalidade e a certeza.
Solidariedade é auto-promoção, patriarcado é consumo.
Os significantes possuem opostos significados.
Abrigo a clareza e aceito o insulto, tão belo quanto chupar boceta.
Cravar um canivete na mão amiga é sinal de afeto.
Não fui porra, não fui zigoto. Nasci a partir do desgaste, da insistência e do sofrimento. Nasci da pele preta de quem dança, da lombriga da criança, da sujeira resistente debaixo das unhas das mãos belas de um pianista. Sou afta, que arde e incomoda, mas que se tem orgulho e mostra.
Cresci na ponta de ridículo do espetáculo, sou a farpa que penetra o best-seller.
Sou a reconstrução da humanidade, com alma de viciada.
E em toda a certeza que eu sou, o vômito do trago, eu cuspo na minha própria cara e me repudio.

Bruna Léo

03/10/2013