segunda-feira, 9 de maio de 2011

Nota do dia 29 de março de 2011.

Estava a ler "Elena" um dia, durante as aulas, e em seguida fui ao banheiro, percebendo-me úmida na região do sexo. O doce mel que sai da pequena ferida, como diria Anaïs. Naquele momento senti-me intocada e desejei isso com intensidade inigualável, desejei o meu próximo romance como intenso, selvagem e insaciável...
Insaciável. Apesar de nunca ter sido tocada eu me sinto insaciável. Sinto uma selvagem fera transbordando paixão e lembro-me da garota da varanda... Não mais. A garota da varanda se torna um mistério com as mudanças. Ela se sente ofuscante algumas vezes, faz jogos de trocas de olhares e é desejada, sentindo-se por fim excitada por desejar dessa vez. Deseja novos amores e novas aventuras.
A menina da varanda vive. Sente-se, agora, incrivelmente livre, sem ambições, tomada apenas por paixões, e das mais surreais.
A menina da varanda tem uma nova paixão que ela inocentemente chama de "menino de xadrez". Um garoto aparentemente mais novo com quem ela estuda e que a atormenta diariamente com olhares e subentendido desejo... E assim ela se sente, imaginariamente, tocada. Ela decide guardar essa forma única de toque como seu maior e mais precioso segredo e, sendo assim, tamanha demonstração de desejo não consumada ela, dia após dia, esquenta esquenta, e após uma tarde... Esfria esfria. Frio como ele incessantemente é. O menino misterioso de xadrez com seus quentes olhares... Naquele momento, precisava.
E ao decorrer de tudo o que presencia, não exatamente participando ou sendo, sente-se intocável... Sente-se Elena. 

" Será que ela estava aprendendo a caminhar magicamente sobre brasas ardentes?"

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